Bolívia vota em meio a crise econômica e incertezas políticas

A Bolívia realiza neste domingo, 17 de agosto de 2025, eleições presidenciais que podem encerrar quase vinte anos de governos ligados ao Movimento ao Socialismo (MAS). O processo ocorre em um cenário de forte crise econômica e divisão política.

Crise no país
A economia boliviana enfrenta um dos períodos mais difíceis das últimas décadas. A inflação ultrapassou 20% no último ano, há falta de combustíveis e as reservas internacionais estão em queda. Esse contexto aumentou o descontentamento popular e reforçou o desejo de mudanças.

O ex-presidente Evo Morales foi considerado inelegível pela Justiça, e o atual presidente, Luis Arce, decidiu não disputar a reeleição. Sem suas principais lideranças, o MAS perdeu força e abriu espaço para candidatos da oposição.

As pesquisas apontam dois nomes da direita/centro-direita na frente: o empresário Samuel Doria Medina e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga. Ambos aparecem com menos de 30% das intenções de voto, e cerca de um quarto do eleitorado ainda está indeciso. A expectativa é de que a eleição vá para o segundo turno, previsto para 19 de outubro.

Doria Medina promete estabilizar a economia nos primeiros 100 dias de governo, enquanto Quiroga defende reformas rápidas e profundas. Ambos falam em atrair investimentos e ampliar a exploração do lítio, uma das principais riquezas do país. Ao mesmo tempo, sinalizam cortes de subsídios, medida que pode gerar insatisfação social.

Expectativas
Além da crise econômica, há também preocupação com a credibilidade do processo eleitoral. Evo Morales defende o voto nulo como forma de protesto, o que pode aumentar a tensão.

Para muitos bolivianos, esta eleição representa um ponto de virada: pode marcar o fim de um ciclo político e o início de uma nova fase, mas também traz riscos de instabilidade caso não haja consenso sobre os rumos do país.